GERMANELO - PARTE I



Fotografia

        O Castelo de Germanelo localiza-se na freguesia de Rabaçal do Concelho de Penela.

         Nos arredores de Coimbra, a poucos quilómetros de Penela, situado no alto de uma colina, do mesmo modo que o Castelo de Penela, o GERMANELO tinha por função a defesa daquela capital e da linha do rio Mondego, das frequentes razias dos Mouros. (Era de 1180)

Acredita-se que a primitiva ocupação de seu sítio se deva a um castro romanizado.

  O CASTELO MEDIEVAL

                  D. Afonso Henriques (1139-1185) criou o concelho de Germanelo e deu-lhe Carta de Foral em 1142, na qual determinava que, além de serem livres de impostos, concedia paz, perdão e isenção de justiça a todos quantos tivessem cometido crimes de homicídio, de furto, ou de qualquer outro tipo de perturbação pública, sob a condição de se refugiarem nas terras do Germanelo, de as cultivarem e de as defenderem dos ataques dos inimigos. Seria suficiente o castigo de viver ali.

         Fez-se, assim, do novo Concelho não só um Couto de Homicidas, mas também um importante baluarte para travar o avanço do inimigo para Norte (através da via romana) contribuindo, de forma decisiva, para a fundação da nacionalidade.

          Datará deste período a construção ou reconstrução do castelo.

          O foral do Germanelo abrangia um território que, nos séculos XI e XII, integrava a fronteira instável entre o mundo cristão e o mundo muçulmano.

Os limites da nova circunscrição são marcados para Leste, Norte e Oeste, estipulando o documento que “as terras que vertam água para o lado de Penela serão de Penela, as que vertam para o lado da Ladeia serão do Germanelo”.

          A definição dos limites do novo concelho, estabelecida com base na inclinação das vertentes, foi a seguinte:

O limite a Norte ia de Traveira até Alfafar. Para Noroeste, seguia pelo Ribeiro de Alfafar, até à sua foz no rio dos Mouros. A Poente, os limites do Município situavam-se entre a Garganta do rio dos Mouros na zona de Pega, até ao Alto do Medronhal, abarcando decerto, o Monte do Cruto, sobranceiro à povoação do Furadouro. A partir daí desceria, alcançando Quatro Lagoas e atingindo por fim o Vale de “Pelagio Galiuiz”.

            Os limites estabelecidos por Afonso Henriques deixavam, no entanto, uma porta aberta.

            A fronteira Sul não estava delimitada, ficando o caminho livre para que os Germaelenses, mais ousados, avançassem, conquistando novas terras que passavam a integrar o recém-criado concelho e ampliavam a ocupação cristã.

A estratégia resultou. Os Germanelenses, gente forte, aproveitando a hábil disposição régia, expandiram-se para Sul. Estabeleceram-se no vale do Nabão e ocuparam, ainda, uma parte considerável da Estremadura.

            Em 1220 o Concelho do Germanelo era limitado a Sul pelo Rio Zêzere.

          Com o avanço das fronteiras para o Sul, o castelo perdeu a sua função estratégica, vindo a ser abandonado

 

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